domingo, 6 de outubro de 2013

Atire para sobreviver, suplique para os mortos

Gravata ao vento
Paletó desabotoado
Geringonças sociais
O mundo todo gira
Fúria, som, cheiro, toque, gosto e objetos da mente
A (há) tempestade no oceano!?
Todos lá estão, zumbis
Sem rumo
Com muito rumo
Rumo ao vento na cara
As mãos ocupadas, pernas cansadas
A crueza do ônibus lotado [sardinhas zumbis?]
Quantos cabem lá?
Por que nesses lugares de sobreviventes há muita gente
E nos dos mortos onde cabem cinco tem um?
Atire para sobreviver
Reze por esses mortos
De cujus divago nessa pretensão
Afinal somos humanos, não deuses, sério?!
E a chuva fina molha o terno
O vento na gravata, já solta
Mais um dia acreditando
Mais um dia fora do poço


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