Há 16 anos, o passarinho Quintana partia para cantar seus versos em outras ruas
O último poema
Enquanto me davam a extrema-unção,
Eu estava distraído...
Ah, essa mania incorrigível de estar
[pensando sempre noutra coisa!]
Aliás, tudo é sempre outra coisa
– segredo da poesia –
E, enquanto a voz do padre zumbia como um besouro,
Eu pensava era nos meus primeiros sapatos
Que continuavam andando, que continuam andando,
Até hoje
Pelos caminhos desse mundo.
Mário Quintana
2 comentários:
Bela lembrança ToN! Quintana dos sapatos ambulantes! Sempre achei essa imagem incrível: "Quando eu me for, os caminhos continuarão andando.../ E os meus sapatos também!". Dizem que até hoje caminham por uma ruazinha em especial...
Obrigado C.!
E os sapatos dele talvez tenham se cruzado com outros, que em breve postarei no blog...
Postar um comentário